Aves pálidas Aves pálidasatravessam-me as pálpebras cerradas Os jogos da morte seduzem-me pouco mas estou quase morto não procuro ravinas donde possa avistar alguma da transparência ilusória com que a vida se nos chega ao olhar Estou denso oblongo na imobilidade da rocha que arde só para o tempo Os dias esgotam Os dias esgotamos seus passos inviáveis ninguém os segue ninguém move as pálpebras As aves são pálidas e de extrema leveza passam passamcomo uma montanha passamdemasiado distante
abertura desconhecida, inclinada para a raiva de suprimir o possível indilatável — o mito interno de uma necessidade acrobática: expelir expelir toda a noite do cérebro (o lugar de dentro)
afirmação que tenta sair como dimensão da raiva de se ser corpo, — e sai, porém apenas um pouco, sem um desmoronamento capaz de sair inteiro
apenas se escoa a última negação daquilo que me define, esquivando-se-me de entre os dedos uma voz já quase sem interrogações que perdurem
(tanto quereria eu chegar a um extremo de crueldade — e gritar então, aí, a ausência que me sufoca,
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Num. Páginas:
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Editorial:
Idioma:
Temática:
9789897825378
196
145x210
Tapa blanda con solapas
2022-08-31 07:23:32
Mário Brito Publicações Unipessoal, Lda | 5livros
Portugués
Poesía (DC)
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Paulo M. C. Ferreira nasceu em Lisboa, em 1949. Embora licenciado em Arquitetura, nunca exerceu a profissão de arquiteto. Por necessitar de algum tempo livre que lhe permitisse dedicar-se à concretização de outras atividades para si indispensáveis (principalmente a prática da escrita, da leitura, da música e das caminhadas urbanas ou na natureza) optou por uma carreira no ensino, tendo sido professor de Geometria Descrita e de Artes Visuais, no ensino Secundário. No que respeita à prática da escrita, considera que tudo o que até hoje escreveu, sejam os seus Diários, sejam os seus Registos de pesquisa, seja a sua "Obra" poética propriamente dita, são meras ficções, nas quais não se explicita qualquer retrato mais ou menos desfocado de quem o indivíduo Paulo M. C. Ferreira na verdade é. Em ralação à sua "Obra" poética, e assumindo as suas contradições pessoais, o autor (ele próprio uma figura ficcionada) decidiu distribuir os livros que a constituem em dois grupos, antagónicos quanto aos seus temas e conteúdos: "A parte do lado da vida, em vida" e "A parte do lado da morte, em vida". No primeiro grupo é evidenciada uma enorme vontade de viver diferentemente, enquanto que no segundo grupo se revela a constatação da impossibilidade de realização dessa aspiração. Paulo M. C. Ferreira tem vários livros publicados em edição de autor: O salto em frente (2019), Incontornável (2019), O rumo escolhido (2019), Captura falhada seguido de A verdade oposta (2020), Casa com terraço (2020), Plano de desvanecimento (2021), Claridade a descoberto (2021), Pequenos remoinhos de lucidez (2021) e Dinâmicas de alteridade (2022).
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