EVELYN BONNER: NA LINHA DO TEMPO

As minhas memórias antigas são sons... Sons de garrafas quebrando, de gritos furiosos, de choro. Era horrível... Eram assim os meus dias na escola, sozinha, vagueando pelos corredores e ao mesmo tempo acompanhada pela imaginação, outro mundo que não era o meu, mas sim o meu refúgio. 16 de dezembro de 2050, após a separação dos meus pais descobri, no meio de um turbilhão de papéis, uma carta antiga sem remetente e aí a minha vida deu uma volta de 180 graus, um angulo que nem eu mesma sabia qual iria ser o resultado. E aqui me encontro, neste enorme corredor de cadeiras pretas e de janelas pequenas, a uma velocidade de luz incrível. A visão é exuberante e magnífica, a Roménia, um país reconstruído das cinzas após a guerra. As vozes de socorro que percorrem a biblioteca deixam-me perplexa e, ao mesmo tempo, pensativa, num ambiente de extremo mistério. Entre milhares de páginas delidas pelo tempo, nas quais por vezes era difícil decifrar frases ou até mesmo letras apagadas pelo tempo. Começa a ter vida a cada gota de tinta derramada pela simples caneta que escreveu cada página em branco juntamente com a imaginação de cada escritor, criando personagens maravilhosos que dão vida a cada história. Ao som das doze badaladas deste enorme relógio antigo. O diário de Evelyn, fez-me viajar no tempo e o desespero de a conhecer, de a poder ajudar, torna-se numa obsessão. O que teria causado o seu desaparecimento? Duas raparigas, duas cidades distantes, um diário e o mistério das doze badaladas, entre milhares de páginas de livros antigos.