[…] neste título, Escrita’s da Resistência, a palavra resistência é igualmente escutável como um epíteto da própria escrita, da sua incondicionalidade irredentista e da sua vocação vivificantemente inventiva – incondicionalidade que, índice da sua vulnerabilidade extrema, da insolência do seu magnífico impoder, se manifesta na justa hiperbolicidade de uma liberdade capaz de se opor não só a todo o tipo de poderes mundanos e/ou instituídos (políticos, económicos, religiosos, culturais, sociais, jornalístico-mediáticos, universitários, etc.), mas, mais liminarmente, ao próprio poder de poder. Assim escutada, resistência seria antes de mais como que o timbre da própria escrita – um timbre que lhe lavraria, para além da sua hiper-eticidade de princípio, um bem singular apolitismo hiper-político. Um apolitismo hiper-político que a situaria do outro lado da mundaneidade do mundo a fim de melhor velar por ela, e que, distanciando-a assim do próprio político pensado, como no essencial ele sempre foi, e continua maioritariamente a sê-lo, a partir da polis (da politeia, da res publica) e à luz do princípio de poder (e daí o apolitismo de princípio da escrita e deste pensamento da escrita), é todavia portador, e da promessa de muito criticamente repensar a imundice da dita mundialização do mundo, e da fé em novas Luzes para um novo mundo de Luzes por vir. Neste sentido, uma escrita digna do nome seria sempre uma escrita da resistência – de justa resistência e de re-invenção.» Limiar, p. 10
ISBN/13:
Num. Páginas:
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Encuadernación:
Año:
Editorial:
Idioma:
Temática:
9789897032202
254
160x230
Tapa blanda con solapas
2019-03-12 12:49:35
Terra Ocre, Lda / Palimage
Portugués
Filosofía (HP)
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Fernanda Bernardo é professora de Filosofia na Universidade de Coimbra. Filosoficamente posicionada na Desconstrução é tradutora de vários títulos de J. Derrida, de J.-L. Nancy, de M. Blanchot e de E. Lévinas, e autora de diversos títulos nesta área do filosófico, de que aqui se lembram Lévinas Refém (2012); com G. Bensussan, Les équivoques de l’éthique/Os equívocos da ética (2013); «L’athéisme messianique de Derrida» (2014); Endereçamentos. Saudando Jean-Luc Nancy em Coimbra (2014); «De la Destruktion à la Déconstruction: de la mort et de la peine de mort» (2016); «Ecos do silêncio: o pensamento do poema de Derrida e o meridiano po-ético de Celan» (2016); «Derrida e o Cinema» (2017); «Derrida – toujours déjà “politique”. Écriture – Parjure – Pardon» (2018) e, com Jean-Luc Nancy, Michel Lisse e Cristina de Peretti, Derrida lecteur de Heidegger (après les Cahiers noirs) (2018).
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